Atos golpistas são pagos por empresas
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes tomou nova decisão contra os atos golpistas que ocorrem no país. Agora, 43 contas de pessoas físicas e jurídicas que supostamente financiam essas manifestações foram bloqueadas.
A decisão do ministro foi divulgada pelo portal Metrópoles, que teve acesso a ela. De acordo com ela, o bloqueio é “necessário, adequado e urgente, diante da possibilidade de utilização de recursos para o financiamento de atos ilícitos e antidemocráticos”.

Além disso, Moraes determinou que que a Polícia Federal (PF) colha depoimentos de todas as empresas e pessoas listadas. O prazo para isso é de dez dias. Além disso, a decisão do ministro solicita para se indicar as diligências necessárias para apurar o caso.
Moraes cita os bloqueios de rodovias feitos nos atos golpistas
Na decisão, Moraes citou o bloqueio de rodovias de todo o país por manifestantes bolsonaristas, nos atos golpistas. Insatisfeitos com a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas, esses grupos pedem abertamente golpes de estado e reversão do resultado das eleições.
Moraes também pontuou o deslocamento de 115 caminhões para o QG do Exército, em Brasília. Segundo ele, “com objetivo de reforçar atos criminosos”. Diante de vários problemas causados pelos atos antidemocráticos, o STF já determinou o desbloqueio das rodovias, antes dessa decisão.
De acordo com o ministro, os manifestantes desrespeitam o direito de reunião pacífica, previsto na Constituição. Moraes também pontuou que os grupos querem “propagar o descumprimento e desrespeito ao resultado do pleito eleitoral”.
“Efetivamente, o deslocamento inautêntico e coordenado de caminhões para Brasília/DF, para ilícita reunião nos arredores do Quartel General do Exército, com fins de rompimento da ordem constitucional – inclusive com pedidos de ‘intervenção federal’, mediante interpretação absurda do art. 142 da Constituição Federal – pode configurar o crime de Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito (art. 359-L do Código Penal)”, diz trecho da decisão.

Quais empresas tiveram suas contas bloqueadas? Lista completa
Segue a lista completa de empresas e pessoas físicas cujas contas foram bloqueadas por, supostamente, financiarem os atos golpistas:
1. AGRITEX COMERCIAL AGRICOLA LTDA
2. AGROSYN COMERCIO E REP. DE INSUMOS AGRIC
3. AIRTON WILLERS
4. ALEXANDRO LERMEN
5. ARGINO BEDIN
6. ARRAIA TRANSPORTES LTDA
7. ASSIS CLAUDIO TIRLONI
8. BANCO RODOBENS S.A
9. BERRANTE DE OURO TRANSPORTES LTDA
10. CAIRO GARCIA PEREIRA
11. CARROCERIAS NOVA PRATA LTDA
12. CASTRO MENDES FABRICA DE PECAS AGRICOLAS
13. CERAMICA NOVA BELA VISTA LTDA
14. COMANDO DIESEL TRANSP E LOGISTICA LTDA
15. DALILA LERMEN EIRELI
16. DIOMAR PEDRASSANI
17. DRELAFE TRANSPORTES DE CARGA LTDA
18. EDILSON ANTONIO PIAIA
19. FERMAP TRANSPORTES LTDA
20. FUHR TRANSPORTES EIRELI
21. GAPE SERVICOS DE TRANSPORTES LTDA
22. J R NOVELLO
23. KADRE ARTEFATOS DE CONCRETO E
CONSTRUÇÃO
24. KNC MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
25. LEONARDO ANTONIO NAVARINI & CIA LTDA
26. LLG TRANSPORTADORA LTDA
27. M R RODO IGUACU TRANSPORTES EIRELI
28. MURIANA TRANSPORTES LTDA
29. MZ TRANSPORTES DE CARGAS LTDA
30. P A REZENDE E CIA LTDA
31. POTRICH TRANSPORTES – LTDA
32. RAFAEL BEDIN
33. ROBERTA BEDIN
34. SERGIO BEDIN
35. SINAR COSTA BEBER
36. SIPAL INDUSTRIA E COMERCIO LTDA
37. TIRLONI E TIRLONI LTDA-ME
38. TRANSPORTADORA ADRIJ LTDA ME
39. TRANSPORTADORA CHICO LTDA
40. TRANSPORTADORA LERMEN LTDA – EPP
41. TRANSPORTADORA ROVARIS LTDA
42. TRR RIO BONITO T. R. R. PETR. LTDA
43. VAPE TRANSPORTES LTDA
Investigações continuam
Deputados(as) de oposição, Ministério Público e outras autoridades enviaram ao STF listas de supostos financiadores dos atos golpistas. As autoridades identificaram deputado, políticos, policiais e empresários entre as pessoas organizadoras e participantes de atos.
Diante disso, decisões como essa de Moraes estão longe de serem as últimas relacionadas aos atos golpistas.

Os nomes de pessoas que organizam os atos criminosos constam em listas enviadas por órgãos policiais e MP para o STF. Todas constam em um processo que apura as responsabilidades sobre os bloqueios golpistas nas rodovias.
Já foram identificadas lideranças no Acre, Ceará, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Pernambuco.