Caso aconteceu em 2021
Um vídeo íntimo vazado quase comprometeu definitivamente a carreira de William Saliba, uma das principais revelações da seleção francesa. O caso ocorreu no início de 2021.
Naquela ocasião, vazou um vídeo íntimo que fora produzido havia três anos. Isso, inclusive, implicava que se tratava de material produzido quando o jogador ainda era menor de idade. Por conta disso, Saliba recebeu uma suspensão de 30 dias de qualquer atividade relacionada à seleção francesa de futebol.

No vídeo, que teria sido produzido na concentração do time, Saliba aparece conversando na direção da câmera e usando a camisa da seleção campeã do mundo em 1998 e 2018. No fundo do vídeo, um companheiro de seleção do jogador se masturbava. Por estar desfocado, o outro jogador envolvido não foi identificado e, consequentemente, não houve outra punição.
Por conta disso, Saliba foi impedido de participar da reta final da Euro Sub-21. O nome do outro jogador que, no vídeo, se masturbava para a câmera enquanto Saliba falava, não foi divulgado pela Federação Francesa de Futebol.
Revelação do futebol francês
Felizmente, a trajetória de Saliba na seleção francesa não foi interrompida com o vazamento do vídeo íntimo. Na Copa do Qatar desse ano, o zagueiro está integrado à seleção da França. Atualmente, ele é reserva de Ibrahima Konaté e Dayot Upamecano.
O jogador, à época do vazamento, estava emprestado pelo Arsenal (Inglaterra) ao Nice (França). Da suspensão para cá, é possível dizer que sua carreira só progrediu.
Hoje, Saliba é titular do Arsenal, líder disparado da Premier League. Aos 21 anos, passou a ser convocado pelo técnico Didier Dechamps na reta final da preparação da França para a Copa 2022.

Nesse ano, só não foi utilizado em 8 jogos dos atuais campeões mundiais. Foi titular 4 vezes. Assim, segue uma trajetória de ter passado em todas as seleções francesas, da base à principal.
Outros casos de vazamento de vídeos íntimos no futebol
Não é uma novidade o vazamento de vídeos íntimos envolvendo jogadores de futebol. Pensando na Copa do Mundo de 2022, há um caso que remete à seleção brasileira.
Ano passado, em meio à disputa da Copa América, ganhou grande proporção nas redes sociais um vídeo vazado do meia Lucas Paquetá. O jogador do Lyon, que deve ser titular da seleção depois da lesão de Neymar, apareceu em imagens íntimas que circularam no Twitter.
Elas seriam antigas, segundo apuração da imprensa à época, mas ainda assim causaram grande repercussão nas redes. Felizmente, o vazamento não trouxe grandes consequências para o jogador.

Quem não teve a mesma sorte foi o jogador da seleção da Irlanda do Norte, Gavin Whyte. Depois de vazamento de vídeo em que ele e outro homem caminhavam pelo centro da capital norte-irlandesa, Belfast, com as calças abaixadas, expondo e tocando os genitais, ele foi punido pelo clube que atua – o Oxford United, da terceira divisão inglesa.
Sorte ainda pior tiveram três jogadores do modesto Sport Clube Gaúcho, em 2017. Naquele ano, três titulares do time foram filmados em um vestiário e tiveram vídeos vazados.
A repercussão do vídeo causou a demissão dos atletas pelo clube e, poucos anos depois, nenhum deles conseguiu mais seguir no futebol.
Vazar vídeo íntimo é crime
Quando casos assim aparecem, muitos memes e brincadeiras surgem. Mas como fica mostrado nos casos acima, esse tipo de vazamento pode trazer consequências graves às pessoas afetadas.
Por isso, vazar foto ou vídeos íntimos de outras pessoas sem a devida permissão é crime. Ainda estão sendo discutidas leis específicas sobre criminalizar esse tipo de conduta, mas já existem leis que podem punir quem faz esse tipo de vazamento.
Caso a pessoa que vaze vídeos ou fotos íntimas de outra tenha pego seu celular ou entrado no seu computador para ter acesso ao material, pode responder pelo delito do art. 154-A do Código Penal. Ele define o que é a Invasão de dispositivo informático.
Esse crime foi acrescentado pela lei conhecida como Lei Carolina Dieckmann. A pena é de 03 meses a um ano de detenção.
Mesmo sem invadir dispositivo alheio, quem divulga fotos ou vídeos íntimos de outra pessoa sem permissão comete crime. No caso, pode responder por crimes de injúria e difamação (arts. 139 e 140 do Código Penal).