A internet revolucionou as formas de comunicação nos últimos 30 anos. Atualmente, atividades que vão de pedir bebidas e comida para ser entregues em casa até operações bancárias podem ser feitas com dispositivos como celulares. Há inúmeros benefícios com essas formas cada vez mais rápidas de comunicação.
Porém, há também alguns problemas. Um deles diz respeito ao acesso à pornografia. Hoje, a internet tornou o acesso a ela algo praticamente sem barreiras, o que leva jovens a consumirem esse tipo de conteúdo bem antes dos 18 anos.
Um relatório recente mostra esse dado preocupante.
Relatório publicado nesta semana
A organização estadunidense Common Sense Media publicou um relatório na última terça-feira (10/01) que mostra um quadro preocupante de acesso à pornografia por jovens.
No levantamento, 73% dos 1.358 entrevistados de 13 a 17 anos disseram já ter consumido pornografia. Desses, 54% viram pela pela primeira vez com 13 anos ou menos. Além disso, 15% afirmaram que tiveram acesso antes mesmo de completar 11 anos.
De acordo com o relatório, na média, adolescentes disseram que começaram a consumir pornografia quando tinham apenas 12 anos. Os dados visam questionar o fato de crianças e adolescentes terem acesso 100% liberado à internet.
“Precisamos considerar as conversas com adolescentes sobre pornografia da mesma forma que pensamos em conversas sobre sexo, mídia social, uso de drogas e álcool e muito mais”, diz o relatório.
Exposição não intencional e meninos como principais afetados
O levantamento mostra que ainda que 44% dos menores terem dito que consumiram intencionalmente, 58% afirmaram que encontraram conteúdos pornográficos sem querer. Isso quer dizer que foram expostos, por exemplo, procurando alguma outra coisa na internet. Ou receberam sem solicitar, por exemplo.
“Deve-se trabalhar para garantir que elas não encontrem [pornografia] acidentalmente”, reforça o relatório.
Na distribuição por gênero, a exposição a esses conteúdos é parecida entre meninos e meninas. No geral, 75% dos entrevistados do gênero masculino disseram que já ficaram expostos à pornografia. Por sua vez, entre as entrevistadas do gênero feminino o índice fica em 70%.
Nas perguntas sobre consumo, porém, o índice é menor. Assim, 52% dos meninos disseram que procuram e consomem pornografia intencionalmente. Para as meninas, esse percentual fica em 36%.
Internet e os conteúdos violentos
O relatório também faz relação entre o consumo de pornografia por jovens na internet e conteúdos violentos e/ou que reforçam preconceitos, como os racistas.
A grande maioria indicou que já viram imagens de ambientes agressivos ou formas violentas de pornografia, segundo o relatório. De acordo com ele, 52% relataram cenas nas quais acontecem estupros, estrangulamentos ou alguém em situações de dor e desconforto.
Adolescentes também relataram exposição a conteúdos que reforçam estereótipos racistas e étnicos.
Outro dado importante é que muitos e muitas jovens relatam desconforto e sentimentos ruins depois de consumirem pornografia. Pelo menos metade (50%) dos(as) jovens entrevistados(as) disseram que sentem culpa ou vergonha depois de consumirem esse tipo de material.
O relatório completo da Common Sense Media pode ser lido, em inglês, aqui.